Cortesã e sofista grega nascida em Mileto, Ásia Menor, na hoje Turquia, amante de Péricles (495-429 a. C.), tradicionalmente tida como muito bonita, inteligente, bem falante e, sobretudo, historicamente lembrada por ter tido importante influência sobre os destinos políticos do governo. Mudou-se para Atenas (450 a. C.) e ali viveu como estrangeira residente.
Educada e hábil na arte de conversar e entreter, conheceu o estratego ateniense Péricles, o mais poderoso e prestigiado governante da história de Atenas, mas não se casou com ele, pois uma lei, o metecos, proibia relacionamentos de atenienses com estrangeiros. Foi amante de Péricles (495-429 a. C.). Passou a viver como concubina ou pallakê, até que o ateniense se divorciou da primeira mulher, cuja identidade é desconhecida, para ficar com ela, que era cerca de 25 anos mais jovem.
Por outro lado o status de estrangeira permitiu que ela não ficasse confinada ao lar, podendo freqüentar qualquer ambiente, e sob sua influência, fez de sua casa um lugar de encontros de intelectuais e pessoas distintas em Atenas, entre eles Sócrates, que a admirava pela sua rara sabedoria política.
Como primeira dama ateniense também foi odiada, especialmente por puro preconceito machista, e o relacionamento entre os dois foi alvo de retaliação por sua notória influência sobre a forma de Péricles governar.
Pela crença de sua grande influência em cima do marido, foi acusada de responsável pela Revolta de Samos (440 a. C.) contra Atenas e a Guerra do Peloponeso (431-404 a. C.), o que sinaliza sua então forte influência política. Também foi satirizada amplamente e acusada de impiedosa pelo poeta cômico Hermipo, mas sempre foi defendida e teve o apoio do governo. Após a morte de seus dois enteados, seu filho com Péricles, também chamado Péricles, obteve cidadania ateniense.
Viúva (429 a. C.), logo depois da morte de Péricles, casou-se com o democrata Lisides e foi mãe de outro filho, quando já tinha mais de quarenta anos e provavelmente morreu em Atenas.